Pedra da Gávea e suas
peculiaridades.
(Para maiores detalhes sobre os assuntos aqui abordados veja a matéria anexa neste blog).
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A face da Pedra da Gávea
Muito provavelmente estamos vendo um monumento pré-cabraliano, mas infelizmente não reconhecido como tal pela população local, nem pelos organismos oficiais , que poderiam associa-lo ao patrimônio turístico do Rio de Janeiro. É incrível como tem sido deixada passar esta oportunidade, tanto pela falta de informação como por deixar que versões místicas confundissem o valor do monumento.
Pelas observações que
fizemos ao longo de muitos anos de frequência ao local estamos inclinados
a admitir que trata-se de obra humana. Olhando por um ângulo muito
frontal não se percebe
a coerência da escavação esboçando uma face, esboçada
rusticamente no volume natural que já sugeria uma cabeça. E foi escolhida
a posição olhando para o nascer do sol no solstício de Inverno (21 de junho).Tudo isso reforça o argumento de monumento proposital e não apenas natural.
Dada a pouca
profundidade da escavação na maior parte da face, com exceção dos olhos, é
preciso analisar bem de perto e de perfil para perceber sua volumetria.
Examinando desde um ponto muito muito frontal não se percebe a intenção de um rosto.
Muito provavelmente estamos vendo um monumento pré-cabraliano, mas infelizmente não reconhecido como tal pela população local, nem pelos organismos oficiais , que poderiam associa-lo ao patrimônio turístico do Rio de Janeiro. É incrível como tem sido deixada passar esta oportunidade, tanto pela falta de informação como por deixar que versões místicas confundissem o valor do monumento.
Foto 2
Fotos 1 e 2 - Vista frontal e lateral desde o lado leste, com o perfil de uma
face claramente reconhecível . É preciso levar em conta a dificuldade do
trabalho nesse local.
Foto 4
Fotos 3 e 4 - Detalhes dos olhos e da raiz do nariz . Nota-se que o olho esquerdo não parece ter sido acabado ou foi deixado assim mesmo. Ao que tudo indica a vista mais elaborada teria sido o lado do nascer do sol apesar das variações em diversas épocas. A erosão diferenciada não explica a diferença na profundidade dos olhos e na pouca escavação da raiz do nariz.
Foto 5
Foto 5 - Vemos detalhe do olho direito da face (olho maior)
resultado de aparente grande escavação . A hipótese de erosão diferenciada fica
muito enfraquecida ao se notar que ficou o que seria a raiz do nariz sem
sofrer a mesma erosão. A rocha base é o mesmo gnaisse. Da sobrancelha
para cima, a rocha é granito.
Foto 6 Foto 7 Vista geral.
Foto 8 Foto 9
Fotos 8 e 9- À esquerda vemos a face inteira e à direita
detalhe da foto 8 e da área que teria sido desbastada ate chegar na parte
que ficaria de nariz. Claramente uma área foi desbastada e a outra não. A
superfície da direita para abruptamente no aglomerado bruto da nariz que
evidentemente nunca foi detalhado. Há uma linha de corte clara na separação
entre o que seria o aponta do nariz e o que seria o pômulo da face. E esse é um
detalhe importante se observado bem de perto. A textura dessas duas
superfícies é bem diferente , e mais uma vez contraria a hipótese
de erosão diferenciada natural. A área da direita foi nitidamente aplainada até
chegar ao que seria o nariz. Se o nariz não é bem definido e porque
não havia material para poder fazê-lo mais proeminente. Só poderia ser
melhor se fosse feita uma prótese, o que soa impossível e ilógico.
Consequentemente teve que ficar assim mesmo. Percebe-se claramente que o
paredão vinha sendo aplainado em um determinado plano e chegando no que seria o
nariz parou. Olhe de novo.
Foto 11 - A face em Ollantaytambo, Peru.
Foto 10- se nota que a superfície do paredão segue os traços gerais de um rosto. Más para quem não quer ver nada mais do que erosão vera será sempre pareidolia. A diferença de textura e tom da pedra denuncia que na parte mais clara houve trabalho, e poderíamos arriscar a dizer que não parece ter sido em época imemorial, porque seu tom provavelmente seria mais escuro. O que não é levado em conta é o tamanho da face e sua deformação quando vista de determinados ângulos em função de seu pouco relevo, fruto provável da dificuldade do trabalho.
Foto 11 - Vemos a face similar existente em Ollantaytambo. Estas duas faces são únicas e estão apenas na América do Sul. Ambas tem 140m de altura. Fica evidente que estiveram relacionadas. A da direita , a de Ollantaytambo representa Tunupa ou Viracocha , o fazedor de tudo , o instrutor da civilização e parece ser anterior aos incas. Até agora na pré-história brasileira não temos muita coisa com que relacionar o assunto. O mito mais provável associado a estes personagens míticos seria o de Sumé. Com certeza a face da Gávea deve ter representado algo similar ou a mesma coisa, más para quem e quando, é difícil saber. O mito de Sume, Viracocha e Tunupa deve ter uma origem comum, muito antiga e que se difundiu por todo o continente ganhado versões locais. Para ver este ângulo da foto 10, subindo, é preciso parar antes de começar a descer para a base da Carrasqueira e olhar à esquerda.
Como foi feito o trabalho de escavação da face ?
No passado havia muita mais terra e uma floresta junto à base da face.
Evidentemente foram usadas escadas , andaimes e passarelas, e usada a mesma
tecnologia que se usa nos Andes até hoje para fazer pontes de cordas. Os
realizadores destes trabalho certamente estavam acostumados com
tarefas deste tipo, assim como em métodos e experiência em talhar
pedra. Evidentemente que o trabalho que possa ter havido aqui foi de nível apenas
rústico. Não há nenhuma evidencia de talhas mais sofisticadas , e nem seria
possível ou mesmo necessário.
Admitindo que aqui houve trabalho humano , este se limitou ao que
podia ser feito desbastando a rocha original , portanto faltando
eventualmente material que pudesse permitir melhores
proporções. A definição da face não poderia ser muito maior porque haveria que
aprofundar o desbaste da rocha, implicando em aumentar o trabalho a um nível
excessivo.
Para talhar a face haveria que considerar que o ponto de maior escavação para o interior do paredão seriam os olhos. Consequentemente para fazer um nariz mais destacado haveria que aprofundar muito todas as outras superfícies.
Com relação a outras perguntas que estas observações podem suscitar
, não as abordo aqui por estar fazendo isso em textos mais amplos. A face
foi algo perfeitamente realizável e justificado em um determinado
contexto cultural e religiosos , que hoje não faria sentido para nós. Quem
exatamente a fez é uma pergunta cuja resposta está perdida em alguma das
lacunas desconhecidas da pré-história sul-americana. Para talhar a face haveria que considerar que o ponto de maior escavação para o interior do paredão seriam os olhos. Consequentemente para fazer um nariz mais destacado haveria que aprofundar muito todas as outras superfícies.
Porque a população em geral não reconhece a face da Gávea como um monumento
resultante de trabalho humano?
Primeiro, porque as populações que aqui viviam e poderiam ter transmitido
alguma informação foram exterminadas. Os tamoios a chamavam de "cabeça enfeitada" (metara canga ) li uma referencia a que também a chamavam de"cabeça de um deus", más, não consegui saber de onde esta informação veio e se é autentica. Essa ultima referencia se tiver consistência em algum documento poderia matar a charada.
Em segundo lugar , acontece o fato paradoxal de quem nasce e se cria vendo
determinados monumentos , fica tão acostumado a eles que não lhe chamam a
atenção em especial. Isso acontece em qualquer parte do mundo.
Depois temos o desinteresse dos setores que deveriam
investigar o assunto e que se afastam dele porque não o consideram
autentico, a partir de avaliações feitas à distancia.
Finalmente o
clima de misticismo e fantasia criada por seitas esotéricas em volta do assunto
transformou o caso em assunto não sério. E com o se tudo isso não fosse
suficiente para confundir a essência do problema, inventaram que a
montanha seria base de discos voadores, local de desaparecimento de aviões
, pessoas, etc.
Qual é
o pesquisador do meio acadêmico oficial que vai se
meter em um assunto com tal contexto?
Quantos apostariam nesse tipo de pesquisa?
Quantos apostariam nesse tipo de pesquisa?
O chamado “portal“
No caso do Portal da Pedra da Gávea não parece que seja
fruto do deslocamento de uma grande pedra que caiu sozinha, nesse caso
provavelmente teriam caído primeiro as dos lados. Depois de
observar esta formação em 455 subidas ao local, suspeito que foi
começado um nicho, e admitindo que foi obra humana, evidentemente estaria
relacionado com os construtores da face. Podemos apostar que se havia algo mais
em exposição nesse nicho foi rolado para baixo pelos primeiros europeus
que chegaram ali. Há muitos detalhes neste nicho do portal que enfraquecem a
hipótese de ter sido fruto da queda de um grande bloco apenas. Para deixar esta
formação como a vemos, a pedra teria que ter sofrido uma fratura na
parte detrás e em cima junto à marquise. E porque só ela, se as pedras laterais
permaneceram como as vemos. Inclusive estas duas pedras laterais tem grande
balanço sem apoio e não caíram. A conclusão mais lógica e que houve mão humana
nesta formação, por mais fora de contexto oficial que possa parecer, da mesma
forma que a face. Essas conclusões são fruto de centenas de subidas ao
local e observações de 45 anos. A rusticidade do trabalho que vemos nestes
elementos não implica em que não possam ser obra humana. Temos muitos
similares na América do Sul com o mesmo grau de rusticidade e muitos mais, bem
detalhados.
Para os esotéricos é uma porta para Agartha. Outros exageram dizendo
que é uma entrada para discos voadores (!). Poderia ser
uma porta, más uma porta simbólica. Na pratica é tecnicamente um
nicho, como, por exemplo, os de Samaipata na Bolívia. Se o portal fosse
uma placa móvel teria que ter pelo menos uns 3 m de espessura, sendo de
granito, no mínimo pesaria 1000 toneladas. Se essa placa se mexesse
ou fosse mexida, com certeza desmoronaria toda área em volta. Com certeza não é
uma porta e nem há um túnel atrás. Mas quase certamente sofreu
intervenção humana. Tanto o portal como a face se ajustam em um padrão cultural
similar ao que achamos nos Andes.
No caso de Samaipata, os nichos foram escavados em uma
estrutura que já possuía trabalhos muito mais antigos. Samaipata é um
mistério porque as estruturas mais antigas estão tão erodidas que parecem
imemoriais.
Estes nichos em Samaipata, Bolívia , são bem menores que o
portal devem ter uns 3m de altura no máximo, más aparentemente tem
o mesmo sentido. Alias, Samaipata é um lugar estranhíssimo. Estes nichos e
muitos mais estão distribuídos por uma rocha chamada de “El fuerte” (o forte) ,
fora muitíssimas mais formas esculpidas difíceis de compreender seu
sentido. Vale a pena ver algo sobre Samaipata, é muito intrigante.
Samaipata não está tão longe de nos, fica na província de
Santa Cruz de la Sierra a caminho da baixada para o
chaco paraguaio.
Seu nome em
quéchua quer dizer :" local de descanso no alto".
Ao fazer esta referencia ao ”forte” de Samaipata, lembro que o topo da
Pedra da Gávea é uma fortaleza natural, o que com certeza pode ter
chamado a atenção de qualquer um que por aqui tenha andado. Lembro também
que em geral os sítios religiosos sul americanos eram locais reservados e
de difícil acesso. A porta de Hayumarca em Puno também parece
ter um sentido parecido a estes nichos ou “ portas” na montanha. Os nichos
pequenos ou grandes são uma constante na arquitetura pré-colombiana sul
americana, estão em todo lugar.
Por curiosidade devemos lembrar que todos os monumentos com os quais
estamos comparando elementos da Pedra da Gávea são anteriores ao Império Inca.
Posteriormente foram assimilados dentro das tradições incas ,más sua origem se
perde no tempo. Em Samaipata, como em muitos outros locais se sobrepuseram
culturas e o que se vê não é fácil de explicar.
Pictografias na Pedra da
Gávea ?
Antes de tudo, deixo bem claro que a chamada ”inscrição fenícia” é apenas
uma faixa de erosão, erradamente interpretada por pessoas que nem chegaram
perto dela. Foi um tremendo engano de muita gente
respeitável, más que não estiveram no local. Julgaram de longe.
Tentaram interpretar uma cópia feita de binóculo. Em
breve.
Proximamente farei uma analise com
fotografias esclarecendo este outro problema.
Aqui abaixo registro algumas curiosidades que precisam de maior
analise , más suscitam perguntas.
Quem se der o trabalho de ir bem
embaixo da chamada inscrição, na descida para a Gruta da Orelha e
observar com atenção vera que aquelas marcas são apenas desgaste de material
menos resistente pela erosão imemorial. Dizer que aquilo é escrita
fenícia é ignorar os mais básicos elementos da cultura púnica.
Abaixo mostro algumas aparentes pictografias que se encontram no topo da
montanha. Assim que for possível farei novas fotografias com luz rasante que
darão melhor ideia do que possam ser
Foto 14
Foto 14
Foto 15
Fotos14 e 15- Esta assinalação parece um
pássaro de perfil, à esquerda está riscada para marcar melhor o
contorno. Infelizmente as fotos precisam ser feitas com outro tipo de luz
rasante. Este relevo está sobre uma pedra que aparentemente deslizou mais de
cima. Vendo-o no local, se nota o baixo relevo das asas, do peito, uma pata e
um traço em cima à esquerda. Aparentemente está em uma pedra isolada. Fico
devendo fotos mais claras.
Foto 16
Foto 16
Foto 17
Fotos 16 e 17 -Esta assinalação encontra-se também isolada mas está
na mesma colina que a anterior, parecem riscos acanalados com uns dois cm
de largura. Foi riscada com giz para melhor visibilidade. Não são recentes com
certeza. Podem ser naturais ou não.
Foto 18 - Este é o chamado ”sol” ou melhor ,os restos dele. Ao qual se
referem no topo da Gávea, fica na ponta Norte da montanha ,
olhando para o lado norte . Tem uns 80 cm de altura e está numa pedra muito
destruída, que alias foi destruída intencionalmente. Aparentemente havia
algo riscado fundo e alguém cortou a pedra quebrando-a nessas fissuras , restam
aqueles três traços à direita. Pelo que se vê poderíamos
arriscar e admitir que tenha sido um pictograma de um sol
estilizado. Alguém a quebrou a marretadas porque achava que ali havia uma
”entrada”.
Se for de fato uma pictografia, seria muito antiga, assim como o pássaro.
Não se notam vestígios de pintura em nenhum destas possíveis
pictografias.
Posição do topo da Pedra da Gávea em relação a solstícios e equinócios.
Foto
19 Foto
20
Foto 19 - Aglomerado de rochas no topo da Gávea. Na foto 20 as direções de
nascer e por do sol representadas sobre a chamada” Huaca de
Chena” no Chile, onde todos os pontos de referencia estão assinalados da
mesma maneira que em quase todos os antigos
sítios religiosos sul americanos onde havia marcos , janelas ou
portas para fixar estes pontos.
Linha amarela-Norte.
Linha vermelha- nascer do sol, 21 de junho. Solstício de inverno.
Linha azul- nascer do sol, 21 de dezembro. Solstício de verão
Linha verde- equinócios, 21 de março e 21 de
setembro.
Essas datas são interessantes para fotografar a face, ao nascer do
sol. A face é iluminada ao nascer do sol de todas estas datas em ângulos
diferentes sempre de maneira rasante. Esse lado da face é o mais bem
definido por algum motivo relacionado a estas datas.
Obs.: Notar que no
aglomerado das pedras do topo( bem encima) existe uma grande rachadura que
segue exatamente a linha dos equinócios (linha verde). Esta
rachadura está entulhada, más se for limpa poderia se ver o sol
nascer ou se pôr desde a outra ponta. Se é por acaso ou não, é
difícil saber. No atual estado em que se encontra o topo é difícil
verificar se existe alguma outra coincidência. Parece haver outra indicação que
segue a linha do nascer do sol no solstício de verão (linha azul) Este
topo merece muita pesquisa. Inclusive mereceria ser feita uma
escavação técnica para verificar vestígios de usos religiosos
pré-históricos. Superficialmente o solo está remexido, más mais embaixo é
suscetível de pesquisa. Repare como a linha azul e a linha verde estão nas
mesmas direções que as duas rachaduras ou valas.
Foto 21
Foto 21- há muitos indícios de que o topo da Gávea foi um local de observações de todo tipo. Inclusive na ponta norte do topo há uma espécie de elevação orientada para a montanha aparentemente mais alta da área(onde fica a chamada” cadeirinha “), o Pico da Tijuca. Sugere um púlpito. Observe o alinhamento desse "púlpito" com o Pico da Tijuca.
Nas tradições pré-históricas sul
americanas , em geral, o pico mais alto da área é sempre o mais sagrado. Este alinhamento do púlpito com o Pico da Tijuca sugere uma reverencia.
Vale a pena também pesquisar outras assinalações astronômicas , que possam haver no topo. Seria o caso de fazer observações noturnas, em relação às Plêiades e outras estrelas.
Foto 22
Foto 22 - Eis a rachadura no topo da montanha, orientada para o pôr do sol dos dias 21 de
março e 21 de setembro. Olhando na direção oposta temos o nascer do sol
nos mesmos dias, daí serem as datas dos equinócios (dia e
noite com a mesma duração)
Foto 23 Foto 23 - É preciso fazer uma correção nos mapas do Google Earth, porque há um erro estranho na fotografia aérea da cabeça da Pedra da Gávea. Ela está alongada para o norte repetindo parte do topo, como mostramos na ultima foto.
Esperamos ter dado motivos de interesse com algum fundamento sobre a Pedra
da Gávea.
6 de novembro , 2013.
Carlos Pérez Gomar , arquiteto urbanista, C.A.U. 1337-4 A
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